quarta-feira, 5 de março de 2014

Ideias, ideais e o sentido da vida


Somos humanos, lemos, ouvimos, aprendemos e aplicamos em nosso dia-a-dia tudo que se passa em nossos pensamentos. Um interessante estimulante de nossas ações são nossas ideias. Para Descartes, “Ideia é a forma de cada um de nossos pensamentos, por meio de cuja percepção imediata nós temos consciência desses mesmos pensamentos”. Em outras palavras podemos entender que as ideias surgem em meio aos nossos pensamentos Assim, temos ideias de tudo que está em nosso intelecto, inclusive das nossas próprias operações mentais, afecções ou vontades.
Quando pensei em montar um blog quis algo pratico, que me ajudasse a desenvolver melhor os meus pensamentos e aprimorar minhas ideias criativas sobre tudo na vida. Talvez por medo do tédio ou para me proteger de tantas frases feitas nas redes sociais ou ainda para obter melhores resultados nas escolhas e decisões corriqueiras efetivamente. É fato que precisamos de ideias novas a cada instante. Acredito que as ideias são como esteio para vida e para os ideais. As Ideias inatas, que são ideias que, nascidas conosco, são como que a marca do criador no ser criado à sua imagem e semelhança precisam ser desenvolvidas e confrontadas com outras para fortalecê-las. Nascemos trazendo em nossa inteligência não só os princípios racionais, mas também algumas ideias verdadeiras, que por isso, são ideias inatas. Segundo Leibniz elas são ideias sem uma experiência exterior, mas que o sujeito possui dentro de si. E ainda para Descartes são princípios gerados pelo pensamento mesmo sem alguma concorrência experimental. São ideias "universais" que possuímos sobre certas coisas sem um aprendizado direcionado, mas que intuímos o que se pode chamar pre-compreensão ou presciência.
            Estas ideias inatas, claras e distintas, não são inventadas por nós, mas produzidas pelo entendimento sem recurso à experiência. Elas subsistem no nosso ser, em algum lugar profundo da nossa mente, e somos nós que temos liberdade de pensá-las ou não. Acredito que muitos casos de tédio profundo ou, me arrisco a dizer, a própria depressão, são frutos da falta de ideias trabalhadas, repensadas e aplicadas na vida, o que causa o desvio e perda de ideais e de forma mais profunda a visualização do sentido da vida.
Em última análise o ser humano precisa de ideias para objetivar os ideais e entender o sentido de sua própria vida, dando rumo aos seus planos e sonhos. As ideias inatas também representam as essências verdadeiras, imutáveis e eternas, razão pela qual servem de fundamento a todo o saber científico. São ideias verdadeiras, ou seja, são inteiramente racionais e só podem existir porque já nascemos com elas. Mas, repito, elas não devem ficar sem uma boa autocrítica e sem comparação com outros tipos de ideias que criamos a partir de nossos pensamentos. Por isso os livros e as leituras em geral, sejam jornais, revistas ou qualquer periódico interessante.
Enquanto tomo um café quentinho e leio um bom livro deixo minhas ideias aflorarem sejam elas inatas ou criadas por pensamentos, frutos da visão e observação de fatos diários. Afinal qual o sentido da vida? Mesmo sendo esta uma pergunta complexa, precisamos ao menos compreendê-la sem necessariamente respondê-la. O que importa de verdade é não permitirmos que as ideias congelem ou estacionem na estrada das incertezas impedidas de voarem em busca de seus ideais.
Um forte abraço!
Walter Monteiro


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